Answer.

Não foi fácil, sabe? Aquela coisa toda de ir embora... Foi desgastante e confuso, e hoje eu acredito que tenha sido errado. Errado e precipitado.
Eu sei que é egoísta da minha parte aparecer depois de dois anos e te mergulhar nesse pedido de desculpas que você sempre soube que existiu, mas nunca teve. Eu vi o quanto você sofreu, eu vi o quanto você se perdeu.

Não foi fácil, sabe? Eu tive que me desfazer daquela música, também. E quando meu celular tocou, mostrando que era você, mostrando que estava no show, eu quis atender, eu quis gritar que a Alemanha nao é nada, que eu a queria aqui comigo! Não tive coragem.

Eu também sinto sua falta. Sinto mesmo, de verdade.
Que raiva do avião que me levou daí.

Dont waste your time.

Em tempo:
Eu nunca disse que escrevia bem.

Cativar-te-ei. Ou não.

E nós estavámos ali, parados no meio daquela praça vazia, sem dizer nada. O vento fazia seus cabelos balançarem de um jeito disforme, agradável.
Há doze meses você pediu permissão para se sentar na cadeira vaga da mesa em que eu estava, naquela cafeteria simpática no centro da cidade. Há doze meses, eu o permiti. Há doze meses, sentados frente a uma mesa daquela cafeteria simpática, nós conversamos sobre nossas vidas e gostos. Há doze meses, passamos a nos encontrar sempre naquela mesma mesa daquela cafeteria simpática.
Você me cativou, me fez precisar da sua companhia, da sua voz, do seu sorriso, do seu cheiro, das suas cores. Você me cativou.
E naquela hora, aquela na praça vazia, com o vento... estava tão frio. O que eu mais queria era que você me abraçasse, mas isso não aconteceu. Não naquela hora fria. Você, por dentro, estava como o final do mês de junho, como o vento que batia no meu e no seu rosto. Você não era nada você. Ou então estivesse sendo mais do que nunca. Mas o que marcou, foi que você, em meio aquelas golfadas frias de ar, não era nada eu.
E única coisa em que eu pensava era seu hálito de café habitual, que aliás, no momento não existia. Seu hálito de café e tudo que estava relacionado a ele: as vezes em que você me acordou sussurando em meu ouvido, os beijos, as brigas, as conversas, os abraços, a gente. Naquela hora, era como se nada disso tivesse existido.
Você finalmente me abraçou, mas não dizia nada. Eu não queria mais ficar envolta em seus braços, eu queria uma explicação. Mas o que recebi foi seu sussuro - sem cheiro de café -, dizendo "acabou".
E agora eu me pergunto, te pergunto: você não aprendeu com O Pequeno Príncipe que nós nos tornamos responsáveis pelo que cativamos?
Eu aprendi que nós só conhecemos bem as coisas que cativamos, e naquela hora, eu não te conhecia.

Voce foi embora.

Você foi embora, saiu do Brasil. Nem me disse quando ia, ou para onde ia. Fiquei de novo sem suas palavras - aquelas, trocadas de dia, de tarde, de madrugada, sussuradas, cantadas. Aquelas que eu tanto amava.
Tenho pensado na possibilidade de você lembrar meu nome e meu timbre de voz, mas se sequer deu-se ao trabalho - pequeno, diga-se de passagem - de se despedir, quem dirá que ainda lembra de mim, de tudo o que aconteceu? Talvez até se lembre, mas não liga. Pouco caso das nossas palavras, mais uma vez.
A vontade de ter te visto no show daquela banda - aquela que você me ensinou a gostar - foi imensa. Me fez discar seu número no meu celular e levá-lo à orelha, enquanto o vocalista cantava aquele trecho "sem você na cidade, tudo que tem lá também sumiu". Você não atendeu. Eu queria fazer com que ouvisse a música, com que lembrasse. Com que sentinsse o que eu senti.
Mas não aconteceu nada. Nosso relacionamento de fases - como a mulher da música do Raimundos - havia acabado.
Que raiva do avião que te levou daqui.

Twitter

Seguidores

Visitantes

free counters
 

Tonksbond Blog | Layout por @vtkosq