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Quando olhei praquele monte de calças, camisetas e meias no chão do meu quarto e comecei a ficar incomodada por não conseguir mais ver a madeira envernizada, subi imediatamente em minha cama, ficando em pé. Tive vontade de pular nela devido ao colchão de molas, mas não o fiz.
Eu olhava aquele monte de pano sujo e suado e via minha vida. Bagunçada, nojenta, gasta. Eu podia ver cada momento dela, cada pedacinho, cada não, cada palavra que não devia ter sido dita, cada frase que não foi.
Eu via um nada. Um nada confuso.
Via meus verões cheios de neve, meu inverno cheio de sol. Era tudo desconexo, tudo sem sentido, tudo de cabeça para baixo.
Via meu outono inteiro verde, e minha primavera sem cor. Desconhecia meu próprio mundinho.
Fiquei algumas meias horas olhando indignada aquela pseudo-vida, pseudo-felicidade. Aquilo me corroía, aquilo tinha que sumir.
Desci da cama. Comecei pelas meias.

Quatro de Janeiro de 2009.

E eu me lembro de quando costumava olhar em seus olhos castanhos e profundos. Eu poderia passar anos procurando alguma coisa neles que não fosse amor, mas não encontraria. Ele costumava se sentir assim por mim, mas por algum motivo eu nao liguei pra isso. Eu simplesmente joguei seus sentimentos numa lata de lixo qualquer. Eu fui tão cruel.
Agora percebo isso quando vejo suas fotos, seu sorriso. Não é como aquele que eu costumava ver, e seus olhos não estão mais tão brilhantes como antes.
Quero dizer, eles estão brilhantes, mas aquele brilho nao é mais pra mim, é pra outra pessoa. Tem outra pessoa no lugar que deveria ser meu. Mas não posso reclamar, eu mesma fiz isso.
E não há nada que eu possa fazer. Não mais.

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